terça-feira, 28 de junho de 2011

Devemos discutir como não usar o pré-sal

Hoje ao assistir telejornais de horário de almoço vi a grande alegria e e sentimento de progresso que os âncoras e repórteres queriam passar ao telespectador ao noticiarem a confirmação de mais uma reserva de petróleo localizada na camada pré-sal, como se isso representasse um progresso na vida de todos os brasileiros.
Em primeiro lugar, aos que defendem o discurso desenvolvimentista, devemos parar um pouco, apenas um pouco, e refletir a quem esse desenvolvimento realmente beneficiará. As multinacionais? As empreiteiras? As empresas do grupo X de Eike Batista? ou aos trabalhadores e a população mais carente. Essa riqueza vai apenas aumentar as diferenças sociais existentes no Brasil, que mesmo com governo dizendo que o "Brasil é um pais de todos" e que estamos "crescendo e dividindo", ainda temos uma das maiores concentrações de renda do mundo. Enquanto uma riqueza natural deste tamanho for administrada sob a lógica do capital, trabalhador nenhum terá beneficio dela.
Mas por que devemos discutir como não usar o pré-sal? O colapso ecológico está eminente no planeta Terra, as campanhas e discursos pelo não uso de recursos naturais não-renováveis se proliferam, afim de tentarmos ao menos retardarmos esse colapso de recursos naturais e para vivermos com maior qualidade, e em uma conjuntura mundial como essa onde se questionam todos os recursos naturais não-renováveis, por que não questionarmos o uso do petróleo? Por que o capital internacional está solidificado sobre este recurso natural, por que quem controla os principais meios de produção, e principalmente o capital financeiro mundial, são empresas e países ligados ao petróleo, não é por acaso a presença constante dos Estados Unidos no Oriente Médio.
Neste Momento portanto, deveríamos estar discutindo a utilização de fontes de energia renováveis, dizer que a tecnologia é pouca ou cara são justificativas superficiais, no caso dos veículos elétricos por exemplo o que emperra sua produção em larga escala são as altas taxas de impostos, sobre tudo em países de terceiro mundo como o Brasil, um carro que custa U$25.000 no Japão por exemplo, no Brasil teria um custo em torno de R$85.000,00, segundo recente reportagem da AutoEsporte. Então, se é caro é por que o governo quer que seja, e se a tecnologia não avança é por que ainda não é produzido em larga escala.
Assim, proponho, vamos para de discutir com quem vai ficar a riqueza do pré-sal, e vamos discutir qual a melhor maneira de não utilizarmos este recurso, pelo bem da nossa qualidade de vida e das próximas gerações.