domingo, 20 de outubro de 2013

O PAD e a Intervenção Neoliberal na Educação!



Fonte: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxzbMzYVPxMgltKsLsRhzcpyc2tSO0VKxZNTFmHMKq7XjLLtJV8CDRiYMMDp-aevPns_DIsFh5q9jipihGzPC6lNTpjutkTljHuItAtWtw7DI8KhMAYH7RXPXNaPc9-1E_XUW_GZH_RzI/s1600/laranja-mecanica.jpeg


A mais recente arma do Governo Estadual para a melhoria da educação é o Programa de ação descentralizada (PAD), que anunciado pelo governo no final do primeiro semestre como uma importante ferramenta no fortalecimento da Gestão Democrática, autonomia das escolas e consequentemente no aumento da qualidade da educação.
Primeiro ponto a se discutir sobre o PAD é a questão da qualidade da educação, conceito bastante amplo, e muito discutido entre os teóricos das políticas educacionais, e que neste momento o governo reduz ao simples resultado em avaliações estaduais e nacionais como o SAEP e a Prova Brasil.
Porém o conceito ralo e superficial de qualidade da educação, não é o principal problema do PAD, por que na prática o programa, consiste em uma intervenção nas 422 escolas de menores índices nestas avaliações por parte de equipes dos Núcleos Regionais de educação. O PAD portanto, não passa de um avanço das políticas neoliberais sobre a educação no Estado do Paraná, após as mudanças na grade curricular em 2012. , e a semana pedagógica de janeiro deste ano em que teve como ponto central de discussão o planejamento educacional e avaliação, vemos portanto na construção teórica do PAD, práticas dos “Princípios de Administração Científica” de Taylor e tecnicismo, focando em uma administração burocrática, o PAD é a personificação desta gestão educacional de planilhas e resultados, onde o processo de ensino aprendizagem não é importante, apenas a obtenção de notas satisfatórias nos índices de avaliação externa.
A falta de compromisso com a discussão sobre qualidade da educação, e a busca mercadológica por aumento nos índices de avaliação externa, estão claros no objetivo do programa, “melhoria da proficiência em leitura, interpretação de texto e resolução de problemas”, ou seja em nenhum momento se discute a função social da escola na formação humana do cidadão, apenas melhorar índices de português e matemática, requisitos mínimos para a formação de uma mão-de-obra barata, e que tenha pouco poder de reflexão sobre a sociedade em que vive.
Quanto ao programa alegar um fortalecimento da gestão democrática e autonomia das escolas, a própria lógica do programa já nos mostra que estes são objetivos que não podem ser alcançados com o PAD, a começar pelo fato de o programa ignorar por completo a existência do Projeto Político Pedagógico (PPP) de cada escola, documento este que deve ser construído com o coletivo da comunidade escolar e que deve pautar os objetivos e anseios de cada escola, ora se existem problemas na construção e/ou implementação do PPP o trabalho deve ser no sentido de se realizar ações para que ele seja fortalecido e não ignora-lo, pois a construção coletiva do PPP é fundamental para que tenhamos um processo de ensino aprendizagem e de gestão plenamente democráticos.
O que vemos se fortalecer desde a década de 90 até os dias de hoje, tanto no Governo Estadual de Beto Richa, de uma maneira mais as claras, quanto no Governo Federal de Dilma Rousseff, de um modo mais velado, é a implementação de uma agenda neoliberal, focada na formação de uma classe trabalhadora minimamente qualificada e no sucateamento da educação pública, afim de valorizar o setor privado e justificar futuras privatizações e/ou parcerias. Obviamente que a educação precisa de uma atenção diferenciada do que vem tendo atualmente, porém precisamos buscar um caminho para uma educação que seja emancipadora e libertadora da classe trabalhadora, e como afirmava Paulo Freire, essa perspectiva nunca vai ser implementada pela classe dominante, necessitamos portanto de uma organização, tanto dos trabalhadores em educação quanto de toda a classe trabalhadora na luta por uma educação sob tais perspectivas, e neste processo é fundamental, cada vez mais, o fortalecimento da gestão democrática e autonomia de cada escola.


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