quarta-feira, 16 de março de 2011

E o litoral a quantas anda?

Após três meses de festas, baladas, diversão e grandes shows no litoral paranaense, a região só ganhou páginas da grande mídia paranaense através dos desastres nem tanto naturais que aconteceram aqui, e diga-se de passagem a "grande mídia" nem deu tanto valor assim para nossas mazelas, estão mais preocupados com os reatores núcleares do Japão, que segundo um repórter da globo, pode atingir o Brasil, se os desastres fossem em São Paulo ou Rio de Janeiro seria bem diferente.
Seria bem diferente até entre os moradores do litoral, durante os desastres em SP, RJ, SC e no Nordeste brasileiro, vi muita gente que se mobilizou naquelas situações que agora não estão muito preocupados com os vizinhos do litoral, não chegando agua e sua casa está bom, cheguei ouvir hoje que agora que ta chegando fruta no mercado e gasolina no posto ta tudo normal novamente.
O importante que agora é tudo culpa da "mãe natureza", essa genitora malvada que castiga os seres humanos sem mais nem menos, ou vontade de "Deus" esse amigo imaginário do Ocidente, que castiga seus filhos que se desviam de seus supostos ensinamentos, porém ninguém ressalta que o litoral paranaense vem sofrendo à décadas com governos que não dão importância para seus problemas sociais e ambientais, inclusive o grupo que está no poder agora que em grande parte compôs o governo Lerner, nem eles, nem o antecessessor tiveram atenção suficiente para com as mazelas do litoral.
Históricamente o litoral paranaense só é lembrado pelo poder público estadual durante a famosa "Operação Verão", que na verdade representa uma preocupação com a diversão segura para os veranistas e não para a população local, fora a temporada é falta de policiamento, saúde pública, até a privada é precária, acesso a serviços básicos. Isso sem contar a incompetência dos governos municípais que se revesa nas mãos das pequenas oligarquias locais.
Mesmo essa pseudo atenção dispensada pela mídia e governo paranaense a região litoranêa é pifia, pois tentam minimizar a dimensão da catástrofe, em qualquer outro lugar do país 7 municípios sem ligação isolados e sem abastecimento creio que teria mais atenção; um município do tamanho de Paranaguá (cerca de 140.000 hab) sem água potável, e estão empurrando com a barriga, realmente é um absurdo; sem contar os números de vítimas o governo só admite até o momento dois mortos em Antonina, não sei então com explicar a superlotação do IML em Paranaguá, e os inúmeros amigos e conhecidos que relatam o desaparecimentos de familiares e amigos, prefiro acreditar neles do que nos dados oficiais.
Mais uma vez o litoral está sendo vítima das catástrofes naturais, sim, porém muito mais da inoperância dos governantes municipais e do descaso do governo estadual, o litoral não precisa de um gabinete de crise caro senhor governador, o litoral precisa de uma gabinete só, o do governador, e que atenda a região 365 dias por ano, não só na temporada e em desastres como esse.

Um comentário:

  1. Gostaria também de lembrar e agradecer com uma salva de palmas, a valoroza e riquissima doação feita pelos nossos dignissimos excelentíssimos dePUTAdos estaduais, que autorizaram debitar do seu misero salário, que nós, população do litoral também ajudamos a pagar, a exacerbada quantia de R$ 300,00, perfazendo um total de R$16.000,00 o valor total advindo daquela dignissima casa em prol dos desabrigados no litoral. Temos que agradecer também a presença do senhor excelentíssimo dePUTAdo federal, que se diz Parnanguara, que como num passe de mágica, após sua eleição pela população litoranea, e mesmo nessa hora dificil, sumiu das nossas vistas. Parabéns a todos eles!!!!!

    Josemar Brasil Silvério Júnior.

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