quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Trabalhadores em Educação Greve: hora de se discutir um novo modelo de educação!


Nos últimos meses vimos eclodir pelo Brasil inteiro inúmeras manifestações e greves de trabalhadores em educação, destaque para Araucária e Colombo aqui no Paraná, e a greve dos educadores do munícipio do Rio de Janeiro, que já dura mais de 60 dias e que mesmo ganhando apoio de vários setores da sociedade, continua sendo tratada de maneira intransigente pelo governo local.
Em geral vemos surgir em todas as regiões do país greves com pautas unificadas ou muito próximas, questões como o não pagamento do Piso Nacional dos Professores, valorização dos profissionais não docentes, questões estruturais e de condições de trabalho, além do enfrentamento de uma política neoliberal muito corriqueira, que é a meritocracia através de implantação de bônus para os “bons profissionais”, e a concessão de auxílios (saúde, alimentação, transporte) que refletem no ganho imediato atual, mas que não geram ganhos a longo prazo, pois são valores que não se incorporam em aposentadoria, e nem em caso de licenças médicas.
A defesa dos governos também tem se dado com argumentos unificados, diga-se de passagem bem mais unificado que a luta dos trabalhadores, as defesas geralmente giram em torno de duas questões principais, esgotamento orçamentaria e a invocação da famosa Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), além de atacar os sindicatos alegando que são greves políticas de interesses partidários.
Ora tratando-se de servidores públicos que fazem o embate com o estado, óbviamente não teria como não ser um embate político, pois é na disputa política que se dão as tomadas de decisão sobre o futuro da categoria. E usarem o fato de verem várias bandeiras de partidos, sobre tudo de esquerda, em meio as manifestações e de terem militantes sindicais filiados a estes partidos também não descaracteriza a luta dos trabalhadores, pois se vemos a todo momento industriais, banqueiros e mega empresários se organizando em torno da maioria dos partidos políticos afim de que estes defendam seus interesses, não é legitimo também, que trabalhadores se organizem em torno de legendas que defendam sua classe? Haja visto que vivemos em um estado democrático burguês onde as tomadas de decisão se dão na esfera da política representativa.
O que trabalhadores e trabalhadoras em educação, e toda a sociedade de uma maneira geral, devem levar em consideração diante deste processo generalizado de ataque a educação, é que educação queremos para as próximas geração? Os movimentos sindicais e populares em torno destas greves devem levar o foco para o fato de que a gênese de tal colapso, esta no próprio sistema educacional, que procura se alinhar as demandas de mercado em detrimento da formação humana, que sucateia o ensino púbico em favor da valorização do setor privado, justificando inclusive futuras privatizações, portanto neste momento, todos aqueles que lutam por uma educação gratuita, de qualidade e para todos, devem rumar a discussão para um novo modelo de educação que tenha por foco a formação humana, baseado na democracia e na participação popular.

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